Redes sociais ou a arte da desorganização mental

Desorganização não é só apenas um termo que se refere a um espaço físico. Antes de qualquer coisa ocupar espaço no plano físico, já ocupou espaço suficiente no plano mental, para que notemos a sua existência – estão criadas as bases da desorganização mental.

Assim, de onde vem?

Quando olhamos a nossa volta, seja em casa, no local de trabalho ou no carro e, a confusão já se instalou, os sinais começam a ser visíveis e nós começamos a estar alerta – algo se passa e, na maioria das vezes começou dentro de nós (é verdade sim, e mais complexo do que as vezes se pode imaginar). Já parou para pensar de onde vem, hoje em dia, tudo isso? Em grande parte das redes socais.

E como é gerada?

Sendo o ser humano competitivo por natureza, a comparação está intrínseca. Não há competição sem comparação. Nem que seja com o próprio. Todos os dias, ao passearmos nas redes sociais, acabamos inevitavelmente a fazer comparações: a casa do outro, a roupa, a maquilhagem, os filhos perfeitos, as férias de sonho, o carro topo de gama… e isso, não só nos gera ansiedade, como despoleta uma série de mecanismos, quase nunca saudáveis. A comparação é um deles. A quebra na auto estima e no amor próprio é outro. E por ai fora…

No entanto, a parte que ninguém conta e, que nós teimamos em não ver, é o lado falso de tudo isto que nos entra pelos olhos dentro, diariamente.

Logo, muitas vezes, nada daquilo existe e aquela pessoa, é tudo menos feliz. Todos nós conhecemos, pelo menos, um caso assim. Basta estar um pouco atento ao que nos rodeia  para percebermos o quão artificiais algumas vidas são.

Por fim, quais os seus efeitos?

Há efeitos imediatos nesta comparação que insistimos em fazer. Consumir e acumular é um deles. Em todos os sentidos: consumir bens e energia desnecessários, acumular objectos e sentimentos de desvalorização inúteis.

A nossa sugestão:

Em vez de usar redes sociais, use o tempo de forma mais produtiva: entre “estar” no Facebook ou Instagram, a cada 20 minutos, vá tomar um café com alguém importante. Vá brincar, lá fora, com o seu filho, leia um livro. Quando for comprar por impulso, questione-se se lhe faz realmente falta e quantas vezes irá dar uso a esse objecto – lá porque está em saldos, não tem de ser comprado.

Boa semana!